Estamos no século 21. Já passei dos 30. Não sou casada ainda e nem sei se vou. Sou moderna claro. Mente aberta. Coração também. Mas as vezes me pego com umas atitudes meio démodé. A verdade é que mesmo com toda modernização do século 21 eu ainda morro de saudade do século passado. Como por exemplo saudade de máquina fotográfica, tirar aquele monte de fotos e esperar ansiosamente a revelação de 1h e depois marcar um encontro com a turma da viagem para ver e lembrar dos melhores momentos. Saudade de andar de bicicleta na Av. Bandeirantes sem correr risco algum de voltar sem ela pra casa. Saudade de sexta-feira no 5º avenida depois da aula. Saudade de atari. Saudade de carnaval em Iriri. Saudade de New Order, Erusare e Pet Shop Boys. Saudade de carnabelô, come queto e uai. Saudade de comer crepe no Chez Michou. Saudade da inocência de achar que o primeiro amor seria pra sempre. Saudade daquela paixão que te tirou o rumo, o juízo. Saudade das amigas que eram confidentes, consultoras de moda, consultoras sentimentais, irmãs e algumas vezes até nossas mães. Saudade da turma de colégio. Saudade de matar aula com aquele melhor amigo que ou era apaixonado por nós ou nós que éramos loucas por ele. Saudade dos 20 e poucos anos. Saudade de não ter tantas responsabilidades como hoje. São tantas saudades e todas saudáveis. Todas queridas. Todas guardadas com muito carinho. Um tipo de saudade que não dá tristeza, nem angústia e nem melancolia quando vem a tona. Só nos deixa mais felizes e certos de que foi um século muito especial cheio de fotos, músicas, poesia, beijos, abraços, promessas... E só quem viveu como eu, sabe dessa saudade inebriante!!!
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