por Dani Duarte

10 de julho de 2007

Decidi simplesmente permitir



Decidi simplesmente permitir, acho que é isso. Permito sem considerar nenhum outro desejo que não o de agora ou qualquer possibilidade de futuro entre nós. Apenas permito. Entrego confiando nos teus olhos. Onde não existe nosso antes, para que não precisemos interrogar o nosso depois. Aqui eu tiro a roupa dos dias. Nós, a soma do eu e do você. O plural, transbordando o copo, duplicando olhares. É assim.

Eu permito sabendo de tudo o que eu sei até aqui e ignorando o resto. Acredito que é preciso desaprender de vez em quando. Zerar o cronômetro para um novo tempo. Limpar o caminho para uma nova romaria. Pois cada pessoa é um novo começo. Tenho a soma dos teus olhos nos meus. A soma da tua boca na minha. E todo o embolar de silêncios e sons.

Eu permito porque é tão bom e dura o instante de uma eternidade. E que se danem as convenções caretas. E todas as relações sem amor. Porque para compreender o que é viver intensamente é preciso desejar intensamente sem ter que pedir licença para entrar, sem se sentir constrangido e poder sair quando quiser na intimidade e na história do outro. Eu desejo apenas o teu desejo. Apenas satisfazer nossos silêncios. De olhos nos olhos. Boca na boca... E tudo o que mais vier!!


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